Concurso de Cartazes sobre Lesbofobia, Transfobia, Homofobia e Heterossexismo nas Escolas
  • AMPLIAÇÃO DO PRAZO DE INSCRIÇÃO

    Publicado em 06/05/2013 às 18:45

    O Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades informa a toda a comunidade que o Prazo de Inscrições para o V Concurso de Cartazes foi ampliado até o dia 10/05/2013. Divulguem e participem!


  • LEI ESTADUAL N. 15.081/2010 – Institui o Dia Estadual de Combate à Homofobia, Lesbofobia e Transfobia

    Publicado em 29/02/2012 às 17:56

    Veja o texto completo, incluindo o Projeto de Lei e a Justificativa: CLIQUE AQUI.

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  • LEI No 7476/2007 do Município de Florianópolis institui o Dia Municipal contra a Homofobia, a Lesbofobia e a Transfobia

    Publicado em 29/02/2012 às 17:54

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  • Decreto do presidente Lula de 04/06/2010 instituiu o 17 de Maio como Dia Nacional de Combate à Homofobia

    Publicado em 29/02/2012 às 17:51

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  • “Uma Semana de Ensinagem Moderna”

    Publicado em 29/02/2012 às 17:37

    “Uma Semana de Ensinagem Moderna”

    “Faz-se necessária uma ‘Semana de Ensinagem Moderna’, que produza uma mudança profunda neste campo” Esther Grossi

    90 anos da Semana de Arte Moderna me faz otimista e me leva a alimentar esperanças. Ela mostrou como é difícil mudar. E ela, principalmente, demonstrou também que mudança profunda é algo dialético, necessariamente com ruptura. Não se faz tal mudança por filiação de um equilíbrio, para outro, majorante. Mudanças profundas exigem reestruturações, isto é, desconstruções para colocar novos alicerces nas edificações que têm de ser refeitas.

    O que se passa hoje em educação escolar? Dentro de nossos limites brasileiros e fora deles? Em primeiro lugar aparece um fato importante – a democratização do acesso à escola, até com legislação que pune se a família não matricula e não leva seus filhos para o ambiente escolar.

    Mas, o que está acontecendo com as crianças e os jovens que vão às escolas? O que dizem as pesquisas nacionais e internacionais sobre as aprendizagens dos alunos? Não estou me referindo prioritariamente à escala de classificação dos países nestas pesquisas. Estou olhando para os melhores níveis alcançados, por aqueles que ocupam os primeiros lugares. As médias por eles obtidas estão longe de representarem excelência de construção de conhecimentos. Em muitos casos, elas beiram os 50% das respostas adequadas nas provas avaliativas. Sem falar que as próprias provas são questionáveis à luz dos novos aportes científicos na área. Este questionamento começa nas avaliações de alfabetização. Ao invés de esperar que o aluno escreva e leia um texto num tetê-a-tête individual com o professor, nós o fazemos marcar “ x” em questões  sobre conhecimento parciais de letras, de sílabas e de palavras, nitidamente insuficientes para concretizar a competência mínima para que alguém possa ser considerado uma pessoa que lê e que escreve.  Esta competência é de quem é capaz de ler com compreensão um texto de outro, e que o outro compreenda o que ele escreve. Estar alfabetizado é um dos primeiros divisores de água na caminhada para os saberes. Assim como uma mulher não pode estar meio grávida, um aprendente não pode estar meio alfabetizado. Estar alfabetizado representa a entrada irreversível no grupo dos que conseguiram desvendar a magia da junção das letras para formar as sílabas, das sílabas para formar palavras, das palavras para formar frases e das frases para produzir a grandeza de um texto.

    O ensino não está nada bem. Cinquenta milhões de analfabetos adultos no Brasil atestam isto incontestavelmente, porque eles não são analfabetos por não terem ido à escola. Eles são analfabetos tendo estado na escola e por muitos anos.

    Estou agora trabalhando com afinco e entusiasmo exatamente num Programa para Alfabetização de alunos escolarizados há mais de um ano letivo, que não leem e não escrevem. É um programa de Correção de Fluxo. Há numerosíssimos alunos com mais de 7 anos, até com 17 anos,  que estão na escola e não sabem sequer ler. Já conseguimos alfabetizar algumas dezenas de milhares dentre eles, mas ainda faltam muitos. E o que não melhora as expectativas é que a escola continua fabricando analfabetos, porque o diagnóstico e o tratamento para tal problema não consideram suas verdadeiras causas.

    Faz-se necessária uma “Semana de Ensinagem Moderna”, que produza uma mudança profunda neste campo, como aconteceu no âmbito artístico. Há elementos para isso, tão temidos e tão rechaçados como havia para as Artes, em 1922.

    Mas, certamente chegaremos lá. Como Flavio de Carvalho, que andava arrojadamente de saia por São Paulo, pinto meus cabelos, prenunciando uma grande mudança que urge acontecer, porém dentro das cabeças. E parece que ela não se fará na Academia, mas na própria escola pública, através de um número de professores que cresce a cada ano e que concretizam aqui e agora, uma mudança significativa, libertando em poucos meses alunos condenados à marginalização cruel do analfabetismo.

    Esther Pillar Grossi

    Doutora e pesquisadora em Psicologia Cognitiva